Muito
bem, agora sabemos tudo de Petróleo e de Óleo Lubrificante, certo? Errado,
ainda tem bastante coisa para analisar. Porém, cabe agora entender como
funciona o motor, que é para que se entendam as reações que ocorrem dentro
dele, e é daqui em diante que “a coisa pega” com relação ao começo desta
matéria, sobre desconhecimento, tabus etc. Vamos lá!
3 – Os
motores dos veículos (movidos a gasolina, diesel, álcool – que agora resolveram
re-batizar de Etanol porque é assim que os norte-americanos o chamam... – e Gás
Natural de Petróleo, o GNV) tem seu funcionamento 99,99% idêntico: resultado de
uma reação química exotérmica entre um combustível (algum dos citados) e um gás
(oxigênio) chamado de combustão ou
queima (explosão), interna por ocorrer dentro do bloco do motor (um cilindro
por vez), gerando calor e energia – que é o que faz com que o motor tenha
alguma utilidade, a de gerar energia para mover as rodas. Só que essa energia
gerada pelo motor é muito ineficiente na conversão da energia química para energia
mecânica, com uma média de 62% de desperdício até chegar as rodas, por conta da
fricção, bombeamento de ar para dentro e fora do motor, ficar parado ligado no
trânsito, na transmissão (câmbio), resistência aerodinâmica do carro,
rolamento, inércia e frenagem...
Durante
a combustão, que ocorre na forma gasosa (quem queima é o vapor, não o líquido) são
formados diversos produtos resultantes da combinação dos átomos dos reagentes,
como CO2 (Dióxido de Carbono), CO (Monóxido de Carbono), H2O
(Água), H2 (Hidrogênio), CH4
(Metano), NOx (Oxido de Nitrogênio), SOx (Oxido de Enxofre),
fuligem, etc, e sua explosão é incompleta, mesmo que a explosão
ocorra de um modo regular, no tempo e no modo correto.
Buscando
sua otimização, a gasolina é aditivada com antidetonantes, que atuam como
retardadores da explosão, para que esta só aconteça no momento certo do ciclo –
admissão, compressão, explosão, escape – e o chumbo tetraetila foi substituído,
no Brasil, pela adição de Etanol como antidetonante. Existe, também, um cálculo
exato da mistura correta de combustível + ar para a queima, chamada Relação
Estequiométrica. É esse cálculo que define
a quantidade mínima
de oxigênio necessária para a queima completa dos combustíveis. Sabendo-se o ar
possui 21% de oxigênio e 79% de nitrogênio, multiplicam-se as quantidades
moleculares por seus números de massa, e chega-se as proporções
estequiométricas para a gasolina e o álcool, que são: 15 unidades de massa de
ar para 1 unidade de massa de gasolina e 9 unidades de massa de ar para 1
unidade de massa de álcool. De qualquer maneira, grande parte do que “sobra”
dos produtos resultantes dessa queima imperfeita não sai pela boca do
escapamento, tendendo a descer e se misturar ao Óleo Lubrificante depositado no
cárter do motor. Por isso, as empresas produtoras de Óleos Lubrificantes passam
o tempo desenvolvendo novas fórmulas ou, simplesmente, aumentando a quantidade
de determinados aditivos em seus óleos, que são anti-corrosivos,
anti-espumantes, detergente-dispersantes, potencializadores do Índice de
Viscosidade, etc. Logo, os Óleos Lubrificantes ideais para serem utilizados nos
motores dos carros brasileiros são diferentes dos Óleos Lubrificantes
utilizados na Europa, Estados Unidos e Ásia, e já existem no mercado
formulações específicas para esse motores, porém aplicar valores
estratosféricos a esses Óleos, apenas por serem sugeridos como “específicos
para motores asiáticos”, é coisa de Brasil, mesmo. Afinal, nada de “novo” foi
desenvolvido, apenas aumentaram a quantidade de determinados aditivos e
reduziram a quantidade de outros.
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