sexta-feira, 5 de julho de 2013

PRATT & WHITNEY R-1830-92 TWIN WASP: O SENHOR DOS CÉUS!

Há muitos anos, a imensa maioria das aeronaves voa com propulsão a jato, mas por paixão pela história, estudo sempre os primórdios da indústria e, mantendo-me no ambito dos motores a hélice – e na época que a idéia de voar entrou efetivamente em voga, ou seja, por volta dos anos 30 – vou relembrando aqui, um a um, os grandes motores que fizeram a diferença. As vezes irei um pouco mais atrás, as vezes a frente, sem me preocupar demais com a idade cronológica dos engenos, mas estarei sempre por aqui, nessa época em que, efetivamente, descobertas e avanços eram diárias nos paises desenvolvidos. Então, entre vários fabricantes e produtos que, a cada matéria irei mostrar, escolhi para esta estréia um nome de imenso sucesso e fascínio até os dias que hoje, que também se aventurou no mundo do automobilismo, e construiu uma série de motores que equipou algumas das principais estrelas aéreas já produzidas.
Com vocês, a Pratt & Whitney!


 A empresa norte-americana, concorrente da General Eletric e Rolls Royce, foi fundada por Frederick Rentschler em East Hartford, Condado de Connecticut, Nova Inglaterra, em 1925, quando este se aproximou da empresa Pratt & Whitney Machine Tool Company – fabricante de máquinas-ferramentas – buscando financiamento e instalações para construir seu primeiro motor. Conseguiu U$ 250.000,00, o espaço e o uso do nome da companhia, tendo aí se iniciado a Pratt & Whitney Aircraft Company e lançando o motor R-1340 com 425 Cv. Em 1929, Rentschler encerrou sua associação com a Pratt & Whitney Machine Tool, criando uma outra empresa, e seuHis agreement allowed him to carry the Pratt & Whitney name with him to his new corporation. contrato lhe permitiu levar o nome Pratt & Whitney com ele. On August 2, 2005, Pratt & Whitney acquired the space propulsion company Rocketdyne from Boeing and renamed the company Pratt & Whitney Rocketdyne, Inc. Hoje a empresa fabrica turbinas aeronáuticas, turbinas a gás para uso industrial e geração de energia, turbinas marinhas e motores de foguete sob a marca Pratt & Whitney Rocketdyne, Inc., uma vez que In 1929, Rentschler ended his association with Pratt & Whitney Machine Tool and formed United Aircraft and Transport Corporation , the predecessor to United Technologies Corporation .em 02 de agosto de 2005, a Pratt & Whitney adquiriu a empresa de propulsão espacial Rocketdyne, da Boeing, e foi rebatizada.
Nas pistas:
Between 1967 and 1971, Pratt & Whitney turbine engines were used in American Championship Car Racing and Formula One . Parnelli Jones 's entry in the 1967 Indianapolis 500 dominated the race until a small part failed four laps from the finish.Entre 1967 e 1971, as turbinas Pratt & Whitney foram utilizadas no American Championship Racing Car e em outros carros de Fórmula. O piloto Parnelli Jones dominou as 500 Milhas de Indianápolis em 1967, até que uma pequena falha o tirou da vitória a quatro voltas do final. The following year, Team Lotus entered a trio of 56s at Indianapolis.No ano seguinte, o Team Lotus entrou com um trio de carros, também em Indianápolis.Two of the cars qualified fastest and second fastest, but all three retired from the race. Porém, os carros-turbina foram considerados ilegais nos USA, e então Colin Chapman desenvolveu para a Fórmula 1 o modelo 56B, que competiu em meia dúzia de corridas em 1971. Esta foi a pequena incursão da fábrica no mundo das quatro rodas. E como esta matéria é sobre um motor específico, e as maravilhas voadoras que equipou, vamos lá:
Agora, com vocês, o Motor!
Entre as décadas de 30 e 40 foram produzidos os motores Pratt & Whitney R-1830-92 Twin Wasp, de 14 cilindros radias em duas linhas de 7, com 30.0 Litros, 1.200 Cv, arrefecidos a ar, duas válvulas por cilindro, balanceiros e varetas externas, diâmetro dos cilindros e curso das bielas idênticos de 139,7mm, supercharger centrífugo, carburadores Stromberg alimentandos com gasolina entre 95 a 100 Octanas, cárter seco e bomba de óleo, atuando entre 1.200 Cv a 2.700 Rpm para decolagem e 700 Cv a 2.325 Rpm, em velocidade de cruzeiro, a 4.000 metros (13.120 Pés) de altitude. Parece pouco? Estes motores não eram para aviões de caça, mas sim para bombardeiros pesados e aeronaves de transporte civis e militares, raramente atuando em aviões monomotores, pois cada unidade pesava 567 Kg. Precisavam, portanto oferecer força para decolar com muito peso em pistas muito curtas, além de que não podiam ser “beberrões”. Foram construídos um total de 173.618 de motores Pratt & Whitney R-1830-92, uma marca notável que o torna o motor de aeronaves mais produzido na história. O conceito de sua construção é muito simples: diferentemente dos motores “em linha”, com os cilindros alinhados (igual do Fiat Uno), em “V” (igual do Ford Maverick), com duas bancadas de cilindros em ângulos de 75° ou 90º ou em “H” (VW Fusca), com os cilindros opostos horizontalmente, é mais um menos um círculo, dentro do qual se dispõem os cilindros, em uma ou duas linhas e, no lugar do longo virabrequim usado em motores “convencionais”, só tem um único cubo, aonde todas bielas são ligadas. Uma dessas bielas é fixa, chamada Biela Central. As outras são as Bielas Articuladas, fixadas por pinos que as permitem girar à medida que o virabrequim e os pistões se movimentam. Interessante notar que os motores radiais gastam muito óleo. Por isso são dotados de um cárter enorme e a lubrificação é feita pela bomba acoplada ao virabrequim, e este óleo chega os cilindros através de orifícios internos no próprio virabrequim, além de as bielas funcionarem praticamente imersas em óleo, e são muito comuns os vazamentos pra todo lado, além do que os aviões não podiam voar em dorso (de cabeça para baixo) mais do que 5 minutos, senão travavam, outro motivo para não ser aplicável aos caças. Esta configuração de motor – radial – oferecia muitas vantagens, principalmente se analisarmos as condições em que eram utilizados; são leves para a potência desenvolvida, tem manutenção muito simples, facilidade de acesso, pois pode-se trocar um cilindro sem tirar o motor do berço, a facilidade da refrigeração a ar e, por produzir Rpm baixo, pode girar as hélices sem nenhum tipo de engrenagem redutora, por exemplo. Mas, também tem seu lado “negro”, que é o fato de seu desenho exigir imensa área frontal, gerando um grande arrasto aerodinâmico, ser muito propício a vazamentos e a fragilidade da biela central e do cilindro mestre, que se aquecem e se fundem com certa facilidade.


 Para quem gosta de aviação, as principais aeronaves equipadas com o Pratt & Whitney R-1830-92:
Consolidated B-24 Liberator, bombardeiro usado pela maioria dos Aliados e companheiro inseparável dos Boeing B-17 Superfortress durante os reids sobre a Alemanha; Consolidated PBY Catalina, hidroavião bimotor de uso militar, desenhado para transporte e vigilância aérea das missões anti-submarino no Atlântico e Pacífico; PBY CatalinaGrumman F4F Wildcat, usado como principal avião de ataque e escolta baseado em porta-aviões, nos primeiros anos da Guerra do Pacífico, durante a II Guerra Mundial, e que sofria dos males mencionados por ser monomotor.
No Brasil, o avião mais conhecido a empregar estes motores é o lendário e saudoso McDonnel Douglas DC-3, avião que revolucionou o transporte de passageiros. As primeiras unidades do DC-3 eram motorizadas por dois motores Wright GR-1820-G5 Cyclone de 920hp cada, logo substituídas pelos motores Pratt & Whitney R-1830 Twin Wasp de 1050 Cv e, em seguida pelo R-1830-92 Twin Wasp de 1.200 Cv. O Douglas C-47 Skytrain foi a versão militar da aeronave, largamente utilizado, tornando-se um dos principais fatores da vitória aliada. Mais de 10.000 unidades foram fabricadas em suas várias versões, tanto para transporte de tropas ou para-quedistas como para o transporte de cargas. Essa extraordinária aeronave operou em todos os continentes, particiou de todas as batalhas mais importantes e permaneceu em operação muito tempo depois de terminada a 2ª Grande Guerra, inclusive no Brasil, onde também haviam remanescentes da frota desse avião até ao final da década de 1960, e algumas empresas aéreas empregavam-no regularmente em suas frotas, como a PanAir, Loide Aéreo, Vasp, Cruzeiro do Sul e Varig e em muitos lugares – garimpos, por exemplo – encontram-se alguns em operação. Eu, particularmente, tive o privilégio de ter voado algumas vezes no exemplar que, hoje, restaurado, embeleza a entrada da cidade de Alta Floresta, lá nos confins de Mato Grosso!
  


 Renato Pereira – blogtruecar@gmail.com

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