Copa Petrobras de Marcas – 2013

Neste final de semana acontece, no Autódromo Internacional José Carlos Pace, Interlagos, São Paulo, a 3 ͣ etapa da Copa Petrobras de Marcas, em sua terceira temporada após a ressurreição da categoria em 2011. Ressurreição porque houve uma quase-morte do original Campeonato Brasileiro de Marcas e Pilotos, após um estrondoso sucesso, devido a ingerência, altos custos e crise financeira no país, os mesmos motivos de sempre, que levam ao fracasso projetos inicialmente muito bons. Ou seja, ganância, descontrole e o “jeitinho”, que tão acostumados estamos a ver, em tudo o que envolve dinheiro e pessoas, que querem ganhar tudo sozinhas e rapidamente, ao invés de ganharem menos, dividir, garantir a longevidade – e o próprio ganha-pão.

Criado em 1983, o Campeonato Brasileiro de Marcas e Pilotos alinhava em seus grids carros como Fiat 147 e Oggi, Volkswagen Passat e Voyage, Ford Escort e Chevrolet Chevette, entre outros carros “de rua” preparados para corridas, além de alguns remanescentes da extinta categoria Hot Car. Após dois anos “remando”, aprendendo e corrigindo falhas, alcançou o prestigio necessário em 1985, mesmo ano em que foi criada a categoria Turbo – os mesmos carros da categoria aspirada, porem, com motores turbo – e esses foguetes chegavam a absurdos 250 km/h no fim da reta de Interlagos. O público, logicamente, delirava, e a associação da imagem de “seu” carro do dia-a-dia, andando daquele jeito, foi a mola-mestra que proporcionou, em 1987, o ingresso da petrolífera Shell como patrocinadora-master, e o campeonato então foi batizado como Copa Shell de Marcas e Pilotos. O sucesso era tamanho que, a cada etapa, reunia grids gigantes, com mais de 40 carros, mas os motivos citados anteriormente levaram a sua extinção em 1994.

Azar de uns, sorte de outros; para não acabar no lixo, a maioria dos carros foi repaginado para o regulamento dos campeonatos regionais, reforçando os grids do Paulista e do Gaúcho, além de possibilitar a criação do Goiano, Carioca e Paranaense, entre outros, em atividade até hoje, atualmente alinhando os Chevrolet Corsa, Volkswagen Gol e Fiat Uno, com motores 1.6, originais e, no geral, 150 Cv de potência, com pequenas – mas fundamentais – diferenças técnicas que impossibilita a inteligente ideia de um campeonato que reúna, por exemplo, os dez melhores colocados de cada Regional em uma ou duas corridas em nível Nacional, o que atrairia muito mais apoio financeiro para equipes e pilotos, mas interesses (iguais aos já mencionados duas vezes) impedem o emprego da inteligência para um bem coletivo, e ficam todos esmolando uns trocados em seus estados.

Azar de uns, sorte de outros, já que em 2011 a Vicar, organizadora da Stock Car, enxergou esse “buraco” no automobilismo brasileiro e fez ressurgir Campeonato Brasileiro de Marcas, com a participação de várias equipes e pilotos da Stock Car, e recolocou nas pistas as disputas entre os fabricantes no Brasil, agora contando oficialmente com a Chevrolet, Ford, Honda, Mitsubishi, Toyota e, como patrocinador máster, a petrolífera Petrobras, que rebatizou o campeonato com seu nome. Em sua temporada de estreia, o título de Campeão de Pilotos ficou com Thiago Camilo, e o de fabricantes coube à Chevrolet. Com algumas mudanças – principalmente entre os modelos usados (Chevrolet trocando o Astra pelo Cruze, Honda mudando a geração do Civic, Mitsubishi chegando com o Lancer GT e a Toyota com o Corolla XRS, apenas a Ford mantendo o mesmo Focus hatch – o título de Campeão de Pilotos da temporada 2012 coube a Ricardo Mauricio, e a Honda levou o caneco de Marcas.  

Para 2013, a estrutura pretendida são 20 carros, entregues a 10 equipes, cada equipe com dois carros, totalizando 4 carros de cada montadora, para disputarem as 8 etapas com rodadas duplas, somando total de 16 corridas. Problemas de prazo de entrega dos novos carros, além da criação de um calendário onde não se sacrificassem as corridas em termos de público, já que o Brasil, este ano, está muito ocupado com o futebol, impossibilitou essa totalidade pretendida inicialmente. Porem, agora, para a disputa da 3 ͣ etapa, em São Paulo, está praticamente completo o grid com os Chevrolet Cruze, Ford Focus, Honda Civic, Toyota Corolla e Mitsubishi Lancer, todos com carroceria original – partes em fibra de vidro – com apêndices aerodinâmicos, gaiola de segurança, motor Berta com 300 Cv, câmbio Xtrac sequencial de seis marchas e rodas OZ de 18”.

Até o momento, após duas etapas com rodadas duplas (onde os carros podem ser utilizados por dois pilotos), a classificação do Campeonato 2013 está assim:

Pilotos: 1 °- Galid Osman, Toyota, 70 pontos; 2 °- Ricardo Mauricio, Honda, 69; 3 °- Leandro Romera, Chevrolet, 62; 4 °- Alceu Feldmann, Honda, 58; 5 °- Denis Navarro, Toyota, 43; 6 °- Allam Khodair, Chevrolet, 30; 7 °- Ricardo Zonta, Toyota, 28; 8 °- Felipe Gama, Honda, 27; 9 °- Gustavo Martins/Krey Jr., Chevrolet, 25 e 10 °- Thiago Marques, Toyota, 22.  

Marcas: 1 ° - Toyota, 136 pontos; 2 °- Honda, 131; 3 °- Chevrolet, 104; 5 °- Mitsubishi, 44 e 6 °- Ford, 38.

Hoje, sábado 20/07, as 12:30, acontece o treino classificatório para a 1 ͣ corrida, a ser disputada no domingo, 21/07, com largada prevista para as 09:55, corrida esta que define o grid largada da 2 ͣ prova, com a inversão de posições dos 8 primeiros, com a largada programada para as 12:50. Para quem não puder assistir as corridas no Autódromo, a Band abre a transmissão às 12h30 de domingo, mostrando um compacto do que aconteceu na 1 ͣ  corrida e, na sequência, transmite ao vivo a 2 ͣ prova. O site www.brasileirodemarcas.com.br também esta disponível para todas as informações necessárias.

Renato Pereira – blogtruecar@gmail.com

Fotos: Divulgação / Rodrigo Ruiz – www.rodrigoruiz.com.br