Até bem pouco tempo, o mercado
brasileiro de pick-ups compactas, médias e grandes apresentava poucas
alternativas. O conceito das compactas – derivadas de veículos de passeio – foi
introduzido pela Fiat com o Fiorino, dominado amplamente pela Volkswagen com a
Saveiro (com 40.942 unidades comercializadas em 2013) e, posteriormente,
retomado pela Fiat com a Strada. (72.925 unidades vendidas até o momento). Ford,
GM e, posteriormente, Peugeot, nunca conseguiram fazer nem sombra aos concorrentes.
Juntas, somam 29.494 unidades emplacadas neste ano. Assim como a disputa pelo
segmento dos hatchback compactos e médios também esta polarizada entre a
montadora italiana e a alemã. Quando o assunto é pick-up média, o quadro vira ao contrário. Por volta de 1995
trouxe a S10, com a Ford também entrando na disputa, com sua Ranger. Toyota
Hilux, Nissan Frontier e Mitsubishi L200 foram entrando no páreo de um dos
segmentos mais disputados de nosso mercado. As ofertas são muitas, as
alternativas idem – cabine simples, cabine estendida, cabine dupla, movidas a
gasolina, flex, diesel, transmissões mecânicas ou automáticas, tração 4x2 ou 4x4
e dúzias de níveis de acabamentos, além de volta e meia aparecer alguma versão
especial comemorativa – deixam a cabeça do consumidor totalmente confusa.
Bom, era demais esperar-se que uma
montadora com o perfil da Volkswagen resistisse muito tempo a tentação de
também embarcar nessa disputa, não é? Afinal, a despeito dos valores aplicados
a cada modelo e versão, astronômicos ao se pensar tratarem-se de pick-ups, que
deveriam ser nada mais do que utilitários para carregar cargas e viver no meio
da lama, contando com a participação da coreana Ssangyong, até o momento foram
comercializados mais de 100.000 veículos 0/km do setor em nosso mercado. Em
2005, a Volkswagen botou seus departamentos de engenharia e estilo pra
trabalhar; e em dezembro de 2009 jornalistas de todo o mundo conheceram seu
mais novo produto, que só chegou aos olhos do público consumidor em 2010: o
Amarok!
Como já mencionado, é a primeira
incursão da montadora alemã no segmento, embora tenha know-row de sobra quando
o assunto é transporte de carga, além do que assimilou com o projeto conjunto
com a Audi e a Porsche em seu SUV Touareg. O Amarok é
uma pick-up de tamanho médio, agora em 7 versões: S – Cabine Simples Turbo
Diesel 140 Cv 4x2, Cabine Simples Turbo Diesel 140 Cv 4x4 e Cabine Dupla Turbo
Diesel 140 Cv 4x4; SE – Cabine Dupla Bi-Turbo Diesel 180 Cv 4x4; Trendline - Cabine
Dupla Bi-Turbo Diesel 180 Cv 4x4; Trendline Automática – Cabine Dupla Bi-Turbo
Diesel 180 Cv 4x4 e Highline Automática – Cabine Dupla Bi-Turbo Diesel 180 Cv
4x4. As versões S Cabine Simples foram introduzidas em 2013. Seu design é bem
robusto, bem elaborado, com acabamentos inspirados em outros modelos da linha recente
da marca, e tem como ponto forte um dos maiores espaços internos da categoria.
Montado na planta de General Pacheco, Argentina, o Amarok – que significa Lobo em
Inuit, nação indígena esquimó que habita
as regiões árticas do Canadá, Alasca e Greenland – tem 60% de sua produção (90.000 unidades) voltada ao
mercado brasileiro, com os 40% restantes divididos entre a própria Argentina e
todo o restante da América do Sul, Austrália, Nova Zelândia, África do Sul,
México, Rússia e parte do Leste Europeu. A unidade de Hannover, na Alemanha,
havia ficado de fora da produção do Amarok, devido a crise financeira europeia,
mas foi incorporada em 2012 para suprir o mercado do restante da Europa e
demais pequenos mercados geograficamente mais próximos, com produção anual de
40.000 unidades.
As duas alternativas de motorização do
Amarok são o 2,0 litros, Turbo, com 140 Cv e o 2,0 litros Bi-Turbo com 180 Cv. Entres
seus concorrentes movidos a Diesel, apenas o sul-coreano Ssangyong Actyon
Sports utiliza motorização 2,0 litros, Turbo, com 141 Cv de potência. O Chevrolet
S10 usa um motor 2,8 litros, Turbo, com 180 Cv; o Toyota Hilux tem motor 3,0
litros, Turbo, com 171 Cv; o Mitsubishi L200 varia entre uma unidade 2,5
litros, Turbo, com 121 Cv e um motor 3,2 litros, Turbo, com 170 Cv; o Ford
Ranger é equipado com um motor 3,0 litros, Turbo, e 163 Cv ou um grande 3,2
litros, Turbo, com 200 Cv e o Nissan Frontier utiliza motor 2,5 litros, Turbo, com
172 Cv. As transmissões possíveis são manual de seis marchas ou automática de 8
velocidades, e a tração, com exceção da versão S, é sempre 4x4 integral.
Avaliar carros 0/km, ainda mais em
eventos de lançamento, é muito simples. Os carros a disposição estão
impecáveis, dentro de um “cercadinho” programado como traçado, tudo funciona
perfeitamente bem e um grande staff técnico
está a disposição para corrigir qualquer eventual falha, apesar de que os
carros utilizados nessas situações sejam amplamente preparados e cuidados, nos
mínimos detalhes, para que nada de errado aconteça e, as vezes, inclusive, com
a chatice de o profissional que vai avalia-lo, para posteriormente emitir sua
opinião, ser acompanhado por um “encarregado”, que fica o tempo inteiro cornetando
o que deve e o que não deve ser feito. Se o profissional que esta ali para
avaliar o carro não é considerado competente para tanto, não deveria estar ali,
não é? Se está, é porque sabe o que faz, e não precisa de co-piloto.
Avaliar um mesmo carro, com 3 anos de
uso, é outra história. Todos os “sensores” do profissional estão alertas; antes
de qualquer coisa, aquela voltinha em torno do carro – que, para minha alegria,
não é preto, branco ou prata, como 99,9% dos carros atuais – ver estado e
calibragem dos pneus, se as lanternas, faróis, limpadores de para-brisas estão
no lugar e funcionando, levantar capô do motor e conferir todos os
reservatórios de fluidos e, estando tudo ok, hora de ver o carro por dentro. Se
teve algum item substituído ou não, impossível saber; o fato é que tudo,
absolutamente, no interior do Amarok CD Trendline 2.0 Bi-Turbo, 180 Cv, automático,
4x4, 2011 avaliado aqui está novo e funcionando perfeitamente. Sentado no banco
do motorista, cinto de segurança ajustando, retrovisores ajustados, tudo certo,
dar partida e ler o odômetro: 116.061. Você pensa: caramba, esse carro rodou
quase 38.000 quilômetros por ano, o que dá uma média de 3.000 quilômetros por
mês, o que significa 3 algo em torno de viagens entre o Rio Grande do Sul e São
Paulo mensalmente, e lembra-se do que esta escrito no documento do Amarok:
primeiro dono, Volkswagen do Brasil, ou seja, é um modelo da própria frota da
montadora, o que significa que o carro tem obrigação de estar perfeito, já que
foi usado por alguém por e para a própria marca!
Aí você pensa: pode estar perfeito,
lindo e funcionando mas rodou 116 mil quilômetros; e eu respondo: e daí? Uma
pick-up desse segmento, com esse tipo de motorização, deverá rodar, no mínimo,
400 mil quilômetros sem apresentar nenhum defeito que não sejam as costumeiras
trocas de componentes de suspensões e detalhes elétricos, se for bem cuidado,
revisado, alimentado com diesel, óleos e fluidos de qualidade. Então, restam no
mínimo 284 mil quilômetros de vida útil integral no carro.
Um Amarok CD Trendline Bi-Turbo,
diesel, automático, 4x4, 2013, 0/km, branco, custa em média R$130.000,00. O
modelo aqui apresentado é 2011, com pintura metálica, é oferecido por R$85.000,00.
São R$ 45.000,00 a menos pelo mesmo produto, também com condicionador de ar,
vidros e travas com acionamento elétrico, direção assistida, rodas em liga
leve, freios ABS, manual do proprietário e película nos vidros, capota marítima
e cd-player, que não fazem parte do pacote original.
O Amarok Trendline CD Bi-Turbo
4x4 2011 avaliado está a venda na Bana Motors, cuja sede fica na Rua Major
Heitor Guimarães, n° 637, bairro Seminário, Curitiba, Paraná, e atende pelo
fone 41 3314-9970
Nenhum comentário:
Postar um comentário