sábado, 10 de agosto de 2013

Ford Fiesta: Hatchback injustiçado?

Lançado em 1976, o Fiesta chegou ao Brasil muito tempo depois, originalmente importado da Espanha, e teve tudo para não agradar. Mas as coisas mudaram nos últimos tempos, mas mesmo assim o modelo não “decolou” como deveria, apesar da beleza do design, da modernidade e da tecnologia de ponta. Se não está sendo feita justiça ao Hatchback da Ford, é porque está na hora da montadora rever seus conceitos de marketing. Mesmo com a considerável melhora em sua comercialização de janeiro até o momento, suas vendas não fazem jus a tudo o que o Novo Fiesta apresenta, e o carro, em todas as versões, perde para concorrentes mais antigos, menos desenvolvidos e com design bem menos atraente.


O projeto foi todo desenvolvido pela japonesa Mazda (chamado 121 ou Soho), antes de ser incorporada pela montadora de Detroit. A proposta era um carro da categoria Super-Mini (na classificação norte-americana), originalmente sob o nome de Bobcat, e foi aprovada por Henry Ford II em setembro de 1972. O carro teria uma distância entre eixos mais longa do que o Fiat 127, mas com o comprimento total mais curto; a proposta final foi desenvolvida por Tom Tjaarda, do estúdio Ghia, e o aprovado para a produção no outono 1973, com os centros de engenharia da Ford em Colônia e Essex trabalhando em conjunto. Com uma estimativa de produção de 500 mil Fiesta produzidos anualmente, a Ford construiu uma fábrica totalmente nova perto de Valência, na Espanha, uma unidade fabril em Bordéus, França e outras extensões de montagem em Dagenham, Reino Unido, com a montagem final sendo executada em Valência. Nós, por aqui, nem sonhávamos com a existência do modelo. Isso só ocorreu em meados de 1997, quando a terceira geração do Fiesta, lançada em 1989, começou a desembarcar por aqui. E empacou, porque o design era positivamente medonho, mesmo para a época, em que 99% de nossa frota era composta por carros com design medonho. Sendo uma reformulação da segunda geração (que por sua vez era uma reformulação do original 1976..), o Fiesta consertou um daqueles erros que ninguém compreende, o principal ponto fraco da gerações anteriores, que era uma versão com 5 portas, e que dava imensa vantagem aos principais rivais, o Fiat Uno, Peugeot 205 e Opel/Chevrolet Corsa.

A geração do Fiesta lançada em 1995, que ficou em produção até 2002, foi inteiramente refeita, incluindo um novo sistema de suspensão, outro defeito nunca corrigido, e que deu ao Fiesta um dos melhores níveis de dirigibilidade em sua categoria, e o novo motor Zetec fez muita diferença. Lá fora, porque aqui no Brasil tínhamos apenas a versão 1,0 litros, nas versões L, LX e GL, também vendidas na Argentina e Chile.
Em 1999, a Ford criou, afinal, uma carroceria bonita e harmoniosa, visando dar ao carro um visual New Edge, e um novo motor 1.6i 16V Zetec. Da África so Sul vinham os motores 1,3 e 1,6 litros Rocam com 8 válvulas, eu originalmente equipavam o Ikon, aqui conhecido como Fiesta Sedan. São extremamente confiáveis, e se tornaram um dos sucessos da Ford. Mas foi em 2002 que o departamento de estilo saiu das cavernas e criou um design realmente atraente, trazendo o Fiesta, em sua quinta geração, a um patamar bem mais elevado. Os motores permaneceram os mesmos, porém rebatizados como Duratec.
No Brasil, as opções de motor eram 1,0 e 1,6 litros, 8 válvulas, flex, enquanto nos países aqui vizinhos o motor era um 1,6 litros com 98 Cv,  e como opcional uma transmissão automática de 4 velocidades. Para nossa depressão, há também um motor 1,4 litros a diesel. Fabricado aqui. E proibido aqui. Onde o novo facelift só chegou em 2007, como modelo 2008.


E chegou, finalmente, a sexta geração do Ford Fiesta, produzido inicialmente na fábrica da Ford em Colônia, Alemanha, posteriormente em Valência, Espanha, depois foi a vez da China, Tailândia, México e, afinal, Brasil, além de Venezuela, Argentina, Índia, Taiwan, estados Unidos e África do Sul. Se esse não é um carro Global, não sei o que pode ser.
O New Fiesta 2014 é oferecido no Brasil nas seguintes versões:
S, 1.5 16V, 107 / 111 Cv, 5 Portas, câmbio manual, flex, R$ 38.990,00
SE, 1.5 16V, 107 / 111 Cv, 5 Portas, câmbio manual, flex, R$ 42.490,00
SE, 1.6 16V, 125/130 Cv, 5 Portas, câmbio manual, flex, R$ 45.490,00
SE, 1.6 16V, 125/130 Cv, 5 Portas, câmbio automatizado sequencial, flex, R$ 48.990,00
Titanium, 1.6 16V, 125/130 Cv, 5 Portas, câmbio manual, flex, R$ 51.490,00
Titanium, 1.6 16V, 125/130 Cv, 5 Portas, câmbio automatizado sequencial, flex, R$ 54.990,00
Em todas as versões, em janeiro foram comercializadas 7.615 unidades, em fevereiro 5.750, em março 9.239, no mês de abril 8.440, em maio foram 11.395, junho registrou 12.995 e em julho foram 14.375, totalizando 69.809 unidades emplacadas. O modelo, em todas as versões, ocupa a 6 ͣ colocação no ranking dos carros mais vendidos no país (o líder Volkswagen Gol registra 143.481 unidades comercializadas), e a 5 ͣ colocação em seu segmento, o dos hatchback compactos. Seus principais concorrentes são: Chery Face; Chevrolet Ágile, Celta e Corsa; Citroën C3; Effa M100, Fiat 500, Pálio, Punto e Uno; Kia Picanto; Mini Cooper; Peugeot 207; Renault Clio e Sandero; Volkswagen Fox, Gol e Polo.


Renato Pereira – blogtruecar@gmail.com

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