segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Citroën DS Wild Rubis: Investida franco-chinesa nos SUV Médios!



Já há algum tempo que venho observando a queda continuada da comercialização dos automóveis Station Wagon em todo o mundo; a indústria automobilística, muito mais antenada do que eu, já havia percebido esse efeito antecipadamente. Com a entrada de novas classificações de carrocerias, onde se misturam Hatchback com Sedan, Minivan com Hatchback, que se transforma em SUV e toda essa confusão atual, as Station Wagon perderam sua função, que era simplesmente ser uma “perua” familiar. Como agora é possível ter tudo junto e misturado em um único veículo, quem procurava uma Station Wagon agora quer uma Minivan, que é maior que um Hatchback e menor do que um SUV convencional (grandalhão), o que gerou a sub-divisão de SUV Compacta, Média e Grande.


Então, é natural que as montadoras foquem seus projetos nos segmentos que elas próprias criaram, e ofereçam mais e mais modelos e versões para disputar esse mercado que só faz crescer e esquentar. É exatamente o que está fazendo a Citroën – marca francesa pertencente ao PSA Group (PSA = Peugeot Société Anonyme + Citroën, fundando em 1976) e que, em 2012, teve o ingresso da General Motors Company com 7% de participação no grupo. Como todas as montadoras da atualidade, buscando economia na produção de seus veículos, o grupo tem unidades fabris na China = gente demais, emprego de menos, salários baixos, produtividade alta para garantir o emprego – e é exatamente deste Continente que saiu o projeto da investida da Citroën no segmento das SUV Médias – entre 4.600mm a 4.900mm de comprimento. Os franceses sempre primaram por designs diferentes, para não dizer estranhos. A Citroën sempre foi “craque” no setor, e basta nos lembrarmos do modelo DS de 1955 para confirmar essa tendência da marca criada por André Citroën em 1919. Agora, com a influência chinesa na área do design, que carrega nas tintas do estilo de desenho animado japonês, e em breve chega ao mercado o fruto do trabalho dessa união, o DS Wild Rubis (do mesmo lugar, aliás, de onde vem o DS3, DS4 e DS5 a venda no Brasil).


Não se pode dizer que o DS Wild Rubis – o DS sempre significou Déesse, que significa Deusa em francês, e que por transcrição fonética tornou-se DS – seja feio. Tem linhas agradáveis, agressivas, fugindo bem do lugar-comum em que se transformaram as carrocerias dos veículos desse segmento (como, aliás, em todos os demais segmentos, de todas as montadoras, que parecem ter um único catálogo de design, de um único estúdio, à disposição) e apenas a dianteira destoa do conceito da montadora francesa, onde desapareceram com a tradicional grade com o Duplo Chevron (símbolo tradicional da marca) entre dois frisos. Em seu lugar, aplicaram um estranho acrílico vedando o que seria a grade, e um DS estilizado cromado fixado no centro. Junto aos grupos ópticos, o conjunto todo dá uma aparência de fusão entre o carro dos Jetsons com Jáspion. O que devolve um pouco da identidade europeia à dianteira é o conjunto para-choques, tomadas de ar inferiores e luzes auxiliares. As linhas laterais são bonitas, bem dimensionadas, linha de cintura bem alta e definida por um vinco profundo, com uma pequena tomada de ar para os freios traseiros usuais em carros de corridas – e isso ficou estranho. A traseira finalmente não foi esquecida, como de hábito, e é uma obra de arte.


A missão do DS Wild Rubis, cujo nome mercadológico é DS4 X, com seus 4.700mm de comprimento, 1.950mm de largura e 1.590mm de altura é enfrentar principalmente o BMW X1, Range Rover Evoque e Audi Q3. Isso significa que terá obrigatoriamente de ser muito bem equipado, com muito luxo, conforto e tecnologia. Sua motorização, como manda a nova coqueluche da indústria automotiva, é a já conhecida Hybrid4 da Peugeot. Sua chegada ao mercado acontece no inicio de 2014 na Europa e, no Brasil, lá pelo final de 2015. O que era Concept Car já é realidade na Europa, Ásia e Estados Unidos; e para nós, Citroën do Brasil, o DS e seus Rubis Selvagens é apenas um produto dos estúdios de George Lucas para outro filme de Guerra nas Estrelas?

Renato Pereira – blogtruecar@gmail.com

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