Coisas que só parecem dar certo em outros países, apesar
de o Brasil ter talentos, mão de obra e capacidade de sobra para fazer melhor: um
revendedor de carros, que decide fazer um “algo mais” em alguns modelos, dá
certo, amplia suas ações e torna-se, então, um especialista em personalização,
criando, produzindo e comercializando suas criações quase em série. Sim, já
existiram empreendimentos semelhantes por aqui; na maioria das vezes, as
alterações eram puramente estéticas, preservando-se os conjuntos mecânicos a fim
de manterem-se as garantias de fábrica. Em outros casos, as mudanças
estruturais eram muito grandes, apesar de perfeitamente executadas, as
garantias eram mantidas pela empresa responsável e só se pode entender a extinção
desse trabalho devido ao valor extorsivo de cada modelo escolhido para a personalização,
elevando demais seu valor final, que tornou impossível sua continuidade com a entrada
dos importados, além da mania de acharmos que as coisas feitas aqui não prestam
etc... o que é uma pena.
Enquanto isso, nos Estados Unidos que tanto admiramos,
toda ideia é bem vinda e, se for bem feita, a indústria agradece e apoia. Tanto
as montadoras quanto os fornecedores. Algumas vezes, o trabalho transforma-se
em programa de televisão, mas trabalho sério, bem feito, bem elaborado, sem embromações
e com resultados irretocáveis. Chip
Foose, Boyd Coddington e West Coast Customs
servem bem de exemplo. Roush, Edelbrock, Paxton, Dynatech e tantos
outros aproveitam a vitrine e tornam seus produtos mundialmente conhecidos.
Simples, não é?
Como a Galpin Auto Sports, uma simples concessionária e
oficina localizada em Van Nuys, fundada em 1946 por Frank Galpin
(posteriormente adquirida por Bert Boeckmann) que se tornou em uma especialista
na personalização e remodelação veículos, além de agora fornecerem peças de
reposição. A empresa tornou-se conhecida quando substituiu a West Coast Customs
no programa Pimp my Ride. Está certo que o programa não era dos melhores, mas
foi o embrião de tudo o que se vê hoje (inclusive do inaceitável Lata Velha
brasileiro) e agora estrelam o Knight Rider, onde estrearam com o magnífico
Ford Mustang GT500 KR.
Como tudo que é bom tende a evoluir, a Galpin Motors é
hoje a maior concessionária Ford em volume de vendas no mundo, além de
administrar uma imensa rede de concessionarias Lincoln, Mazda, Jaguar, Volvo,
Aston Martin, Lotus, Honda e Subaru na Califórnia. Para coroar tamanho êxito, a
empresa apresentou em Pebble Beach Concours d´Elegance sua mais nova criação, o
Ford GTR1.
Baseado, como se pode imaginar, no Ford GT que tanto
sucesso fez e tornou-se um mito, o GTR1 é a visão da Galpin Auto Sports da continuidade
do modelo em produção. Além de toda a beleza das linhas da carroceria, que
receberam um pequeno mas acentuado retrabalho, o GTR1 recebeu um motor 5.4 litros V8 twin-turbo
com 1.024 cavalos de potência, câmbio manual de seis marchas, freios a disco
nas quatro rodas, o que garantem que o pequeno esportivo ultrapasse os 330
km/h. Sua estrutura, toda em alumínio, é
feita a mão, com o emprego de fibra de carbono, interior todo em couro, sistema
de som McIntosh e, como toda jóia sobre rodas, sua produção será limitada.
Isso significa que sim, é possível a qualquer mortal
comprar um Ford GTR1 Galpin, mas o valor, como se pode imaginar, não será muito
baixo. Para os interessados, importar direto pode ser uma solução, embora
complicada e trabalhosa, e o mais indicado é que se procure empresas sérias,
idôneas e acostumadas aos trâmites desde a compra até a entrega do carro ao
cliente no Brasil. Em Curitiba, a Bana Motors (www.banamotors.com) e em São Paulo a
Bremen Motors (www.bremenmotors.com.br)
oferecem toda a estrutura necessária para tanto.
Renato Pereira – blogtruecar@gmail.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário