domingo, 18 de agosto de 2013

Honda NSX: O mito está voltando!



Durante muito tempo, os carros criados e produzidos no Japão só interessavam aos japoneses; eram feios, estranhos, com cilindradas estapafúrdias e desejo nulo do restante do planeta. Então, o povo da Terra do Sol nascente começou a mostrar projetos e carros realmente bons, embora nem sempre com um design atraente; deve ser por simples questão de gosto. Já a alguns anos, inclusive, que as montadoras nipônicas criam modelos exclusivos para consumo interno, para desespero do Ocidente, que não tem acesso a alguns verdadeiros bólidos de corridas que permeiam as ruas japonesas. Isso porque a menos de 70 anos o país viveu o inicio de uma época miserável e regulada, cheia de imposições dos “vencedores” norte-americanos na II Guerra Mundial.


Então, a Honda decidiu entrar no Mundo dos Esportivos. Seguindo o exemplo das marcas europeias especializadas no segmento, como Ferrari, Porsche e Lamborghini, a Honda concentrou muita engenharia, tecnologia de ponta e alta qualidade em sua construção. Com esta receita, a empresa criada por Soichiro Honda em 1948 colocava nas ruas, 48 anos após sua fundação, o esportivo NSX (N=New, S=Sportcar, X=Experimental) em 1990, um coupé dois lugares, motor traseiro-central, carroceria toda em alumínio (assim como os braços de suspensão e estrutura dos bancos), pesando em torno de 200kg a menos do que se fosse construído com os materiais convencionais na época. O projeto do interior (quase um cockpit) foi inspirado no avião de caça norte-americano F-16 Fighting Falcon, desenvolvido pela Lockheed Martin, matando vários coelhos com uma única cajadada: esportividade, ampla visibilidade, conforto e... clientes norte-americanos, os mesmos adoradores dos esportivos europeus. Externamente, as linhas agressivas, faróis escamoteáveis, grandes tomadas de ar laterais e lanternas que ocupam toda a traseira agradaram em cheio. Para continuar agradando gregos e troianos, uma versão com teto removível foi criada, a NSX-T (Targa). 

O “coração” do Honda NSX é um de seus maiores trunfos. Escondido atrás dos bancos, inicialmente o esportivo foi oferecido com um V6 3,0 litros e 273 Cv de potência, sendo substituído em seguida por outro V6, mas com 3,2 litros e 294 Cv – para o mercado norte-americano, onde chama-se Acura NSX, marca criada pela Honda para concorrer com a Lexus, da Toyota – e no Japão, como existe uma limitação de potência para veículos de série, a versão japonesa tem “apenas” 280 Cv de potência – com câmbio automático ou manual. Atinge a velocidade máxima de 275 km/h, e acelera de 0 a 100 km/h em 6 segundos. É pouco? De que época estamos falando, mesmo? Bielas em titânio e cilindros em liga de alumínio-carbono são algumas das inovações introduzidas nos motores do NSX, trazidas da Fórmula 1, não por acaso justamente o motivo que tornou o modelo icônico no Brasil, uma vez que um dos pelo desenvolvimento do Honda NSX foi ninguém menos do que Ayrton Senna, e sua equipe era a mega-vencedora McLaren Honda.


Relembrando seu passado glorioso e o alvoroço que o NSX criou no mundo dos esportivos, a Honda apresentou, em 2012, uma nova versão do modelo, com motorização V6 hibrido, com um design absolutamente avassalador. Ainda era um protótipo, mas como diz o ditado, onde há fumaça, há fogo, e a promessa é de que até 2015 o novo Honda NSX SH-AWD (Super Handling All Drive Wheel) esteja disponível no mercado.


Enquanto isso não acontece, e entendendo a importância das corridas na imagem e vendas dos carros lá no mundo civilizado, a Honda já preparou a versão de pista do carro, batizada NSX Concept-GT para estrear já na temporada 2014 do Super GT Series, que para estar em conformidade com os regulamentos, recebeu um motor 4 cilindros em linha, 2,0 litros, turbo, hibrido. O carro irá disputar curvas, freadas e retas contra Aston Martin Audi, BMW, Chevrolet, Lamborghini, Lexus, McLaren, Mercedes-Benz, Nissan, Porsche, Subaru e Toyota. 



Renato Pereira – blogtruecar@gmail.com

Nenhum comentário:

Postar um comentário