quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Audi Nanuk Quattro Concept: Pronto para as ruas!



Em todo Salão do Automóvel, em todo o mundo, a prática é comum: na guerra pela atenção do publico e da imprensa, as montadoras apresentam, entre lançamentos e remasterizações de modelos já conhecidos, os chamados Concept-Cars, como seus laboratórios experimentais e bla-bla-bla. Em 99,9% dos casos, nada desses Concepts sairão do papel um dia, tamanha a “viagem” e devaneios poéticos dos departamentos de estilo e engenharia em suas ideias de como será o futuro. Outros, no entanto, já nascem com cara de “estou indo pra rua”. Nada de design marciano, interior moderno e recheado, mas humano, trem de força pronto, testado e aprovado... como é o caso do Nanuk Quattro, apresentado pela Audi no Salão de Frankfurt, Alemanha.


Nanuk significa Urso Polar em Inuctitut, idioma dos Inuits, esquimós que vivem nas regiões do Alaska, Ártico Canadense, Nunavik, Nunatsiavut e Groelândia (Greenland), regiões inóspitas e de difícil acesso. A montadora foi buscar longe a inspiração para o carro, como sugere seu nome! É impossível agradar a todos, e seu design oscila entre deslumbrante, mais-ou-menos e estranho, dependendo do ângulo que se olha. Nas palavras da Audi e da Italdesign Giugiaro, é a “esportividade em uma nova forma”, já que o Crossover é uma mistura de carro esportivo com carro estradeiro com carro de corridas com carro off-road.     

O motor que equipa o esportivo de dois lugares é a evolução do mais do que consagrado 5,0 litros V10 TDi – Turbo Diesel Injection – Twin-Turbo, com 544 Cv de potência, com o qual a Audi tantos campeonatos de Endurance vem conquistando ao longo dos tempos, instalado longitudinalmente à frente do eixo traseiro, acoplado a transmissão S-Tronic com sete velocidades, montado atrás do motor, que transfere toda a potência do motor as rodas pelo sistema Quattro com três diferenciais. Parece configuração de carro de corridas? Pois é exatamente isso!


O Nanuk pesa 1.900 kg, o que não é pouco. Mesmo assim, acelera de 0 a 100 km/h em 3,8 segundos, e atinge a velocidade máxima de 305 km/h (parece que acabou aquela história de “acordo de cavalheiros” na Alemanha, que limita a velocidade máxima em 250 km/h...). As suspensões são pneumáticas, montadas em duplos triângulos, com amortecedores controlados eletronicamente, controle de altura regulável, freios com discos de fibra de carbono-cerâmica, e rodas de 22” calçadas com pneus 235/50 na dianteira e 295/45 na traseira. A direção controla as quatro rodas. Aqui entra uma tremenda tecnologia: quando o motorista anda em velocidades baixas a moderadas, as rodas traseiras “fecham” em até 9 graus na direção das rodas dianteiras, encurtando a distância entre eixos para cerca de 100 cm, reduzindo o raio de viragem; em velocidades elevadas, o sistema desliga-se as rodas traseiras “abrem” até 2,5 graus na direção oposta, ampliando a distância entre eixos para cerca de 140 cm, para melhor estabilidade. O sistema faz isso constantemente. Já pensou que legal andar assim na estrada? Tira-se o pé para uma curva fechada, o carro “encolhe”, acelera-se, o carro “estica”...


O Audi Nanuk Quattro tem uma distância entre eixos básica de 2.710 mm; suas dimensões são 4.541 mm de comprimento, 1.990 mm de largura e 1.337 mm de altura. A estrutura do é leve, em alumínio, dentro do já descrito sistema  Audi Space Frame ( ASF), além da aplicação dos componentes em polímero de fibra de carbono reforçado ( CFRP). Outro detalhe particularmente interessante são os faróis. No momento da a transição entre o uso de faróis baixos e altos, a nova tecnologia Audi Matrix LED muda seu ângulo e foca-os para baixo.
O Audi Nanuk Quattro é reduzido ao essencial, com sua arquitetura girando em torno do painel de instrumentos, em fibra de carbono, apoiado por estribos de alumínio no console central. Todos os elementos de controle estão concentrados no console central e volante. O carro esta pronto, não é ficção científica. Em pouco tempo, a Audi estará anunciando seu lançamento oficial, certamente com pequenas alterações e, possivelmente, novas tecnologias. Se um dia chegará ao Brasil? Só se for pelas mãos de algum aventureiro dando uma volta ao mundo. Como mencionado, o Audi Nanuk Quattro é movido a diesel, nossa legislação sempre caminha na direção oposta à do mundo civilizado, e como o diesel é bom para todo o mundo decente, não é bom para o Brasil.


Renato Pereira – blogtruecar@gmail.com
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